sábado, 26 de janeiro de 2013

Parentes.


Artur Garcez.
    Este caboclo maranhense dirige o grupo de Dança Popular do Colégio Marista desde 1994, é graduado pela UFRN em artes e pós graduado também em dança pela mesma universidade. E docente do Balet Municipal e membro da Comissão Norte Rio Grandense de Folclore. A sua ligação com o folclore vem da sua família, pois e neto do Mestre Machado do Bumbá Meu Boi de Rosário, lá no Maranhão.
Como se vê claramente, o caboclo é bem preparado e atuante no meio artístico e cultural.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Historia de Caboclo.

Leandro Bezerra.
   Quando criança, saiamos do Beco Velho (Rua Quitéria Gurgel) para o Alto dos Caboclos, levados por nossa tia Terezinha, para casa da cabocla Zefa Passarim. Era próxima a estação ferroviária. Nos idos de 70 o Alto virou o Bairro de Nova Descoberta,  posteriormente Leandro Bezerra, uma justa homenagem ao fundador da cidade, e aos caboclos, seus parentes que sempre habitaram aquele local.
   O homenageado era sobrinho do Tenente General Souza Falcão, que segundo Nestor Lima, descendia este ultimo, de Dom Antônio Felipe Camarão, sendo, portanto, fidalgo e comandante do Terço dos Camarões, regimento formado na guerra conta os holandeses, formados por índios potiguares e ca’aetes, sob comando e Felipe Camarão. Morrendo Camarão em 1648, assume o comando do Terço o sobrinho, Diego Pinheiro Camarão, depois deste, durante a Guerra do Bárbaro, está Abreu Soares que tinha como cabo, o filho Diogo Pinheiro, o Sebastião Pinheiro que é o último comandante que conhecemos, pois o terço perde a simpatia dos brasileiros, quando resolve ficar ao lado dos portugueses negociantes do Recife, que havia em 1710, tomando a sede da Vila de Olinda habitada pelos senhores de engenhos, orgulhosos de de sua origem brasileira e por terem vencido os holandeses. Não temos noticia do Terço após a Guerra dos Mascate. É uma surpresa encontrar em Nestor Lima, a informante do parentesco, patente e origem do Souza Falcão. O inicio do documento que conhecemos citando o Francisco de Souza Falcão é a sesmaria da Caatinga das Pedras, lavrada em 1746, dizendo ser o Falcão morador de Apodi e possuidor de gado vacum e cavalar. Com certeza, sabia escrever, pois a sesmaria afirma que a petição fora por ele escrita. Nestor nos seu livro “Municípios do RN em Ordem Alfabética” ainda informa sem citar as fontes, um irmão e um primo, todos sobrinhos, que casaram com filhas do Falcão, cabendo a Leandro, Ana Falcão. Todas três eram capitães e nosso informante afirma ser o Tenente General, possuidor de boa soma de dinheiro, pois comprou a data de terra vizinha chamada Cachoeira, onde foi morar, fazendo de sua fazenda o centro do mundo caboclo. No outro extremo da terra dos índios militares, foi morar Leandro Bezerra, onde levantou sua casa, próxima ao poço do cata-vento no quadro da Matriz de São Sebastião, na parte baixa, onde cavou suas cacimbas pro gado, num riacho, de baixo de uma matinha de Caraúbas.
(segue nas próximas edições).

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Montêgoni Corroveara.


 

     Todos os povos do grupo macro gê praticam da “corrida da arvore”, a qual os índios xucurus a chamam “montêgoni corroveara” usando termos do idioma “brobo” também falado pelos janduis, canindés, panatis, moxoros, pegas e curemas. A palavra “corroveara” significa carnaubeira. Roloux Baro no seu relato (Viagem ao País dos Tapuios) da visita que fez a capital do povo jandui, descreve com pormenores desta corrida praticada em honra dos deuses Badzé e Poditã, segundo os estudos os estudos de Batista Siqueira. Baro descreve um elemento da competição inexistente na pratica atual. O cronista holandês afirma que os competidores além de correrem conduzindo a “corroveara” tinham por objetivo apanhar um mocó antes que ele alcançasse a sua morada. Os mocós correm saltando.
Foto: ÍNDIOS DA NOSSA TERRA

Os índios Tarairiú faziam corridas com toras de carnaúba. Nessas ocasiões, os homens exibiam suas qualidades físicas. Tudo terminava com o enlace matrimonial de vários casais. Segundo relatos mantidos na tradição oral e registrados por Olavo de Medeiros Filho, os casamentos ocorriam num lugar situado aos fundos da Igreja de São Batista, em Assú.

A imagem abaixo também consta do livro "Índios do Açu e Serido" (1984, p. 89).

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Historia de Caboclo.

Seu Binga e a Vaca Magra.
    Um péssimo vizinho para “Seu Binga”, era um parente do ex-governador, dispondo de bastante recursos e tendo seu sítio situado em local mais abaixo das terras do velho Binga, o fazendeiro repensava as águas do rio, durante as enchentes do inverno, na divisa com terras do velho que tinha então toda a roça de vazante, inundada, mas o capim do fazendeiro não sofriam mode a represa, feita em lonas plásticas, próprias para este fim.
    Seu Binga foi reclamar, porem o arrogante e todo poderoso fazendeiro, fez de ouvido mercador e o pratriarca recorreu à justiça, porém o dono rasgava as intimações do Juiz. Os caboclos resolveram agir e se prepararam. Vieram as chuvas e a cheia no vale alagou o roçado do povo de Seu Binga, graças à reprezinha do vizinho. A caboclada preparada pro traquejo, desce pro vale, às pressas levando ferramenta e o velho Binga, um tamborete, sua velha e famosa espingarda 36. Os caboclos arrobaram a “represa” do valentão e voltaram pra cima do barraco, onde ficara Seu Binga, no seu tamborete, tempo por bengala a 36.
   Logo “riscou” ali o bichão, com os filhos e os “babão”! Vendo Seu Binga encastelado no barranco escorando o cotovelo na boca da espingarda, o vizinho  gritou desolado para o velho que continuava impávido
- Seu Binga, vai atrair em mim?
Serenamente o ancião respondeu:
- Atirei no boi gordo do meu patrão, não vou atirar numa vaca magra que me deve!?
   Se calaram, saíram e ficou por isso mesmo.

                                                                                                                  

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Galeria tapuia

Dam.
   Ocripeva trarairu tana (essa jovem é do povo tarairu), vinda do Seridó, da cidade Caico, região dos tapuia e povoação do Cueicuó. Ela a muito cutucava os wacó família mode saber sua origem indígena, coisa que veio a encontrar nas reuniões do G. E. Indígena Ocarusupitã que acontecem nas tardes das sexta-feira no Eletrocanarequebar na Ribeira. A Dam é cantora.
Glossário
     Trarairu = peixe moréia.
     Wacó = velho, ancião.
     Cueicuó = rio do gavião.
     Ocripeva = essa menina.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Intercambio tapuia.


 






    No dia 18 de janeiro, dois elementos do Centro de Estudos Indígenas Tabaroby foram até Apodí para visitar o Centro Cultural dos Tapuios Paiacus do Apodí. Gersom e Bruno foram de Parnamirim para encontra Lucia Tavares a tapuia paiacu fundadora do centro.
estes petequeiros estão em Apodi

   No dia 17 a tapuia recebeu a visita do Caboclo Dudé Viana que se encontrava naquelas paragens gravando seu novo CD onde figura novamente o Romance de Cantofa e Janduí da autoria do caboclo Aucides Sales.

Caboclos de Caraúbas.




As Miranda é nossa!
   Caraúbas ferve com a festa do padroeiro. São Sebastião onde o dia 20 é dedicado aos caboclos do pois foi o tenente General Souza Falcão, descendente do índio herói nacional, Felipe Camarão (conforme ensina Nestor Lima), que adquiriu a imagem do padroeiro para a capela que seu sobrinho, Capitão Leandro Bezerra construiu na fazenda Caraúbas, atual matriz reformada pelo Barão do Açu em meados do século XIX.
   A grande novidade deste ano é o final da contenta entre Caraúbas e Upanema pela posse da localidade de Mirandas, desde a administração de Aguinaldo Pereira que na socapa cedeu Mirandas ao município vizinho, porém um projeto do deputado Gustavo Carvalho virou a lei 9.690 assinada nesse 15 de janeiro devolvendo Mirandas a Caraubas como tanto ansiavam os caboclos que pressionaram a Prefeitura incansavelmente até a vitória final. VIVA SÃO SEBASTIÃO!!! VIVA CARAUBAS!!! VIVA OS CABOCLOS!!!!!!!!!!