Irmã Terezinha Geles |
Zé Honório.
Fizemos grandes amizades no Amarelão: Dedé Barbosa, Pequinho,
Raimundo Louro, Dona Neide, a IrmãTerezinha, Dona Tiquinha e o finado Didi. Seu Honório sempre me escutou
e apoiou minhas iniciativas, porém cabreramente, manda os sobrinhos no seu
lugar. Mais arredio ficou quando resolvemos dar assistência aos Euletérios do
Catú indo então pro Amarelão Jussara Galhardo que infelizmente teve dificuldade
em se relacionar com os homens da comunidade, reforçando a corrente da Irmã
Terezinha que a tempos lhe ofuscava o brilho. Ele tinha grande carisma. Certa vez,
para quebrar a resistência de seus parentes em aceitar a identidade indígena
levei na comunidade o empresário Augusto Maranhão que foi comigo na sua Hilux distribuir
peixe na semana Santa, ato de devoção da família,,, chegamos na casa do
tuixa, naquela caminhoneta preta e logo as frentes das casas se encheram de
Mendonças e com brevidade chegavam mais, porém dali, não se moviam. Logo o velhinho sai pedindo
desculpa pela demora, que estava botando uma camisa,,, sorria satisfeito com nossa presença nos convidou a entrar, ofereceu
café, e logo uma cabeça assoma a porta
sorrateiro: um sobrinho mais chegado aparece e pede-lhe a benção reticente e o
tuixá sorridente lhe pede que chame algumas pessoas, mas as mesma já iam
chegando apreensivas. Porém logo se alegraram por nos reconhecerem como o irmão
da engenheira dos poços e a noticia dos peixes os deixou ainda mais contentes,
porém de forma muito contida, apenas Seu Honório não escondia o largo sorriso. Lá
fora a enorme família dos Barbosa, se acercara do terreiro da casa, porém em
perfeita ordem e silêncio. Os peixes foram distribuídos sem arrelia ou estrupícios.
Na absoluta dignidade.
Porém a que causam grande impacto foi quando afirmamos
que o moço que ali estava era também caboclo e que descendia de uma índia cujo
filho fundou Natal, governou a capitania duas vezes e que enfrentou os franceses
no Maranhão e dai o nome dele ser Augusto Maranhão, como eles sendo Mendonça ou
Barbosa (as duas principais clãs) já se sabe que é caboclo. Sendo o fato
confirmado pelo empresário e, formou-se um leve burburinho de murmurais deles conversando
discretamente... o tuixa nos agradeceu e
finamente fomos a cara de Pequino e a cena se repetiu para uma plateia menor.
Dias depois Pequinhos, companheiro de Didi Barbosa, que
havendo militado com os Sem Terra e conseguido a Assentamento Santa Terezinha
resistia a ideia de ser caboclo, desfalcando o Movimento. Estava sorridente e
vinha acompanhando de outro morubicha da leta ruas sem Terra: era o Raimundo
Lauro. Após os cumprimentos e apresentação Pequinho Barbosa disparou a frase:
se aquele sempre serio não tem vergonha de ser ele, vou ter ? eu sou é caboclo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário