Leandro Bezerra.
Quando criança, saiamos do Beco Velho (Rua Quitéria Gurgel) para o Alto dos Caboclos, levados por nossa tia Terezinha, para casa da cabocla Zefa Passarim. Era próxima a estação ferroviária. Nos idos de 70 o Alto virou o Bairro de Nova Descoberta, posteriormente Leandro Bezerra, uma justa homenagem ao fundador da cidade, e aos caboclos, seus parentes que sempre habitaram aquele local.
O homenageado era sobrinho do
Tenente General Souza Falcão, que segundo Nestor Lima, descendia este ultimo,
de Dom Antônio Felipe Camarão, sendo, portanto, fidalgo e comandante do Terço
dos Camarões, regimento formado na guerra conta os holandeses, formados por
índios potiguares e ca’aetes, sob comando e Felipe Camarão. Morrendo Camarão em
1648, assume o comando do Terço o sobrinho, Diego Pinheiro Camarão, depois
deste, durante a Guerra do Bárbaro, está Abreu Soares que tinha como cabo, o
filho Diogo Pinheiro, o Sebastião Pinheiro que é o último comandante que
conhecemos, pois o terço perde a simpatia dos brasileiros, quando resolve ficar
ao lado dos portugueses negociantes do Recife, que havia em 1710, tomando a sede da Vila de
Olinda habitada pelos senhores de engenhos, orgulhosos de de sua origem brasileira e
por terem vencido os holandeses. Não temos noticia do Terço após a Guerra dos
Mascate. É uma surpresa encontrar em Nestor Lima, a informante do parentesco,
patente e origem do Souza Falcão. O inicio do documento que conhecemos citando o
Francisco de Souza Falcão é a sesmaria da Caatinga das Pedras, lavrada em 1746,
dizendo ser o Falcão morador de Apodi e possuidor de gado vacum e cavalar. Com
certeza, sabia escrever, pois a sesmaria afirma que a petição fora por ele
escrita. Nestor nos seu livro “Municípios do RN em Ordem Alfabética” ainda informa
sem citar as fontes, um irmão e um primo, todos sobrinhos, que casaram com
filhas do Falcão, cabendo a Leandro, Ana Falcão. Todas três eram capitães e
nosso informante afirma ser o Tenente General, possuidor de boa soma de
dinheiro, pois comprou a data de terra vizinha chamada Cachoeira, onde foi morar, fazendo de sua fazenda o centro do mundo caboclo. No outro extremo da terra
dos índios militares, foi morar Leandro Bezerra, onde levantou sua casa,
próxima ao poço do cata-vento no quadro da Matriz de São Sebastião, na parte
baixa, onde cavou suas cacimbas pro gado, num riacho, de baixo de uma matinha de
Caraúbas.
(segue nas próximas edições).
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